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Jogos Olímpicos da Juventude

Os números do Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude

Já são 37 medalhas brasileiras na competição acontece a cada quatro anos. A próxima edição será em Dacar, em 2022

Jogos Olímpicos da Juventude
Jogos Olímpicos da Juventude acontecem desde 2010 (Danilo Borges/rededoesporte.gov.br)

Na atualidade, é cada vez mais comum ver atletas muito jovens despontando no esporte muito cedo. Foi pensando no desenvolvimento desses atletas adolescentes que o COI (Comitê Olímpico Internacional) criou há dez anos os Jogos Olímpicos das Juventude.

 Realizado de quatro em quatro anos, assim como os eventos olímpicos dos adultos, o evento serve como uma valiosa experiência para os atletas entre 15 e 18 anos. Desde a sua criação, o evento já conta com três edições. A primeira delas aconteceu em Singapura, em 2010 e contou com 3 531 atletas, de 205 países filiados ao Comitê Olímpico.

 Quatro anos mais tarde, a competição foi sediada na cidade de Nanquim, na China, que recebeu atletas de 201 nações. A última edição foi realizada em Buenos Aires, na Argentina, no ano de 2018. O evento distribuiu 1250 medalhas entre os 4012 atletas, de 206 países.

Porta de entrada

Além da servir como uma porta de entradas para atletas promissores em eventos olímpicos, a Olimpíada da Juventude tem o objetivo de inspirar jovens de todo o mundo a praticar esportes, numa tentativa do COI em contribuir no combate a obesidade e sedentarismo infantil, e difundir entre os mais jovens os Valores Olímpicos.

Os Jogos Olímpicos da Juventude contam ainda com uma série de ações voltadas para a educação e a cultura, componentes vistos como essenciais para a competição entre os jovens. Uma das características importantes referentes a esse sentido de trocas culturais entre atletas de diferentes nações é a liberação para que competidores de dois diferentes países formem uma equipe. Além disso, a competição aceita ainda que atletas formem equipes mistas entre o sexo masculino e feminino.

Números do Brasil

Durante as três edições de Jogos Olímpicos da Juventude, o Brasil já soma 37 medalhas em 15 modalidades diferentes e 257 enviados para a competição. Destas medalhas, sete foram conquistas na edição de estreia em 2010, em Cingapura, sendo três de ouro, três de prata e uma de bronze. Em Nanquim, quatro anos mais tarde, o país mais que dobrou o número de pódios com seis de ouro, oito de prata e uma de bronze, totalizando 15 pódios.

Em Buenos Aires, na Argentina, a delegação brasileira repetiu o número de conquistas na China. As 15 medalhas ganhas em 2018 foram distribuídas em duas sendo de ouro, quatro de prata e nove de bronze. Ao todo, a delegação brasileira levou 79 atletas para disputarem 25 modalidades na Argentina.

Diogo Soares nos Jogos Olímpicos da Juventude
Diogo Soares conquistou duas medalhas nos Jogos de Buenos Aires (Jonne Roriz/Exemplus/COB)

Os ouros foram conquistados pela equipe masculina de futsal e Keno Marley, do boxe. As pratas vieram com Diogo Soares, da ginástica artística, e na natação, nos revezamentos 4x100m livre feminino, masculino e misto. Já as medalhas de bronze foram conquistas por: Letícia Lima e Lucas Conceição no atletismo, Gilbert Soares no tênis, Diogo Soares na ginástica artística, Sandy Macedo no taekwondo, Eduarda Rosa e João Vitor Santos no judô, Jaqueline Lima no badminton e Luiz Gabriel Oliveira no boxe.

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A participação brasileira na capital argentina rendeu alguns destaques importantes ao país. Apesar de nenhuma medalha dourada, todos os oito atletas da equipe do Brasil das piscinas garantiram medalhas. O Brasil conquistou ainda as primeiras medalhas no futsal e badminton. Individualmente, os destaques ficaram por conta do pugilista Keno Marley, que venceu o ouro na categoria até 75 kg e Diogo Soares, que conquistou duas medalhas na ginástica artística – a prata na Barra Fixa e o bronze no individual geral em seis aparelhos.

Atletas reconhecem importância

 A importância e a relevância dos Jogos Olímpicos da Juventude para o desenvolvimento dos atletas têm sido provadas a cada nova edição. Um exemplo de sucesso que pode ser citado é o do brasileiro Thiago Braz. O atleta do salto com vara conquistou a medalha de prata em 2010, na edição inaugural do evento olímpico entre os jovens em Singapura, e seis anos depois foi ouro na Olimpíada do Rio de Janeiro, já entre os adultos.

Outro atleta que brilhou entre os jovens e repetiu a medida já entre os adultos é Marcus Vinicius D’Almeida, do tiro com arco. Em 2014, o atleta representou o país nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China, e conquistou a medalha de prata. Desde então, o atleta já conquistou duas medalhas em Jogos Pan-Americanos (bronze em Toronto 2015 por equipes e prata em Lima 2019 no individual) e disputará a sua segunda edição olímpica no ano que vem.

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“Representar o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude foi mágico. Tinha mais ou menos 100 atletas na China e eu fui o escolhido para representar todos como porta-bandeira. Quando você pega a bandeira dá pra sentir o peso do seu país, dá pra sentir todo mundo junto ali comigo naquele momento”, declarou Marcus Vinicius D’Almeida, que foi destaque do Brasil na cerimônia de abertura do evento em 2014.

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Outro atleta que destaca bastante a sua experiência no evento entre os jovens atleta é o mesatenista Hugo Calderano. Em entrevista recente concedida ao OTD, o atleta que é esperança de medalha em Tóquio colocou o seu bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim entre os principais momentos da carreira.

Experimentos

Além de servir como uma ótima oportunidade de entrada para os jovens atletas, os Jogos Olímpicos da Juventude parecem cada vez mais servir como uma espécie de prova para o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Entre os testes feitos pela entidade, por exemplo, estão a inclusão de esportes que ainda não fazem parte da agenda olímpica na disputa entre os jovens. Este foi o caso do basquete 3×3 e escalada, que fará sua estreia na versão adulta, em Tóquio 2020, e kitesurfe, classe da vela que está prevista para Paris 2024.

Abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude
Abertura dos Jogos de Buenos Aires ocorreu no Obelisco (Gabriel Heusi/IOC )

Outra novidade importante trazida pela competição de 2018 foi a finalmente alcançada igualdade de gênero na competição. Isso porque, o evento realizado na Argentina foi o primeiro a contar exatamente com o mesmo número de atletas homens e mulheres: 2006 atletas de cada gênero. A expectativa é de este fenômeno também aconteça pela primeira vez entre os adultos em 2021, na competição de Tóquio. Vale lembrar que em 2016, no Rio de Janeiro, a participação feminina chegou ao seu recorde: 45,2%.

Uma última novidade que pode ter sido um teste para o COI visando o futuro fica por conta da abertura de jogos feita longe de um estádio, como ocorre comumente. Na capital argentina, a cerimônia foi realizada na praça do Obelisco, um dos principais pontos turísticos de Buenos Aires.

Futuro

Para o futuro, o COI planeja confirmar de vez esse caráter laboratorial para os Jogos Olímpicos da Juventude. Tanto, que em 2018, Thomas Bach, presidente do COI revelou que as opções de sede para a edição 2022 estavam restritas a um único continente: a África.

Dara será a sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos da Juventude
Dacar sediará o primeiro evento olímpico do continente africano (Divulgação)

Dessa forma, o evento que acontecerá em Dacar, no Senegal, marcará a estreia de eventos olímpicos sendo disputados no continente africano. Segundo a entidade, a ideia é de que o evento passe a ser um fator de desenvolvimento para cidades e países que ainda não possuem a capacidade de receber as edições dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno.

O evento, que acontecerá entre os dias 22 de outubro a 9 de novembro de 2022, contará com duas novidades entre as modalidades: beisebol5 e wushu. Enquanto o beisebol5 trata-se de uma versão mais simples do esporte tradicional, o wushu é uma arte marcial tradicional na Ásia.

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