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Atletismo

Os 62 anos do bicampeonato olímpico de Adhemar Ferreira da Silva

A Olimpíada de Melbourne-1956 consagrou definitivamente o saltador brasileiro na lista dos heróis olímpicos do Brasil, com o segundo ouro no triplo

Adhemar Ferreira da Silva Helsinque 1952 Helsinque-52 ouro atletismo João do Pulo

Nesta terça-feira (27), muitos podem nem ter se tocado, mas há 62 anos Adhemar Ferreira da Silva conquistava o bicampeonato olímpico no salto triplo.

Foi em um 27 de novembro de 1956 que o brasileiro ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Melbourne (AUS), a segunda de sua carreira. Aquela foi a única medalha do país naqueles Jogos.

Aquela Olimpíada, por sinal, acontecera numa época fora do calendário usual, normalmente no meio do ano, por uma questão climática. Disputada pela primeira vez no hemisfério sul, a Olimpíada Melbourne foi deslocada para o final do ano para fugir do inverno australiano.

Adhemar já era então o maior atleta brasileiro em sua época. Campeão olímpico em Helsinque-1952, o brasileiro chegou ainda mais favorito em razão de seu desempenho na temporada anterior.

Nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México-1955, Adhemar assombrou o mundo ao levar a medalha de ouro com a marca de 16,56 m, novo recorde mundial da prova.

Susto antes da prova

Mas um inesperado problema quase impediu o bi do brasileiro.

Depois de ter chegado à Melbourne, Adhemar praticamente não saiu do seu apartamento na Vila Olímpica. O motivo era uma inesperada dor de dente. Rosto inchado, o brasileiro teve que procurar um dentista às vésperas da qualificação. Após o tratamento de emergência, Adhemar Ferreira da Silva estava pronto para brigar pelo bicampeonato.

O resultado da qualificação não foi animador, contudo.

O brasileiro avançou com apenas a 11ª melhor marca, 15,15 m. Muito longe do japonês Teruji Kogake, que ficou em primeiro, com 15,63 m.

Só que no dia da final, o “Canguru brasileiro”, como Adhemar fora apelidado pela imprensa australiana, contou com apoio da torcida local. Teve uma disputa acirrada com um islandês de nome esquisito mas que estava saltando muito bem naquele dia, Vihjálmur Einarsson.

O brasileiro não se abalou e com um salto de 16,35, não apenas quebrou o seu próprio recorde olímpico como assegurou sua segunda medalha de ouro, cravando de vez seu nome como uma das lendas do esporte olímpico do Brasil.

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