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Handebol

Brasil cai diante da França, atual campeã, na estreia do Mundial de handebol

A Seleção Brasileira fez uma estreia bastante complicada no Campeonato Mundial de handebol masculino, nesta quarta-feira (11). Diante de uma torcida de mais de 15 mil pessoas, que lotou a Accorhotels Arena, em Paris, e fez bastante barulho em favor dos franceses, a equipe teve grande dificuldade diante dos donos da casa, que estavam inspirados para iniciar a competição da melhor forma possível. Os atuais campeões emplacaram um elástico resultado de 31 a 16 (14 a 9 no primeiro tempo), após uma atuação impecável dos dois goleiros, o veterano Thierry Omeyer e Vincent Gerard.

A partida começou bastante tensa e a equipe campeã pan-americana procurou aplicar uma boa defesa, mesmo com a ausência de uma importante peça: o armador Thiagus Petrus, que ficou de fora do jogo inicial por uma lesão no ombro. Após algumas tentativas, Cleryston abriu o placar para o Brasil. Do lado verde e amarelo, o bloqueio funcionou em vários momentos, porém, nos contra-ataques o paredão francês não deixou que a equipe nacional colocasse a bola no gol. O goleiro Thierry Omeyer estava em um dia mais que inspirado, ajudando os anfitriões a dominarem o jogo desde o início e fazendo a festa do público. No final do primeiro tempo, a vantagem já era muito grande e difícil de ser alcançada.
Na segunda parte, houveram mudanças de elenco dos dois lados. O Brasil conseguiu se acertar em alguns fundamentos, mas ainda teve que lutar para enfrentar um adversário tão completo. Omeyer deixou o gol, mas teve um substituto à altura. Vincent Gerard seguiu na partida com a mesma intensidade que o companheiro, dificultando ainda as ações brasileiras. Prova disso é que foi eleito o melhor jogador do confronto.

O técnico do Brasil, Washington Nunes, apontou vários elementos responsáveis pelo resultado negativo na estreia do Mundial de handebol de masculino. “Temos que levar em conta uma série de fatores. Primeiro, o ambiente bastante favorável à equipe deles. Jogaram muito bem. Tivemos muitas dificuldades com o retorno defensivo, que é uma das características que temos como qualidade, e hoje não foi colocado em prática. Eles tiveram muitas ações de transição e, com isso, o jogo se abriu. Nas ações de ataque nos 15 primeiros minutos, conseguimos fazer uma boa construção, infelizmente o goleiro deles foi muito bem. Tivemos um volume bom de construção, mas com erros de finalização e isso pesou”, descreveu.
Ele afirma que algumas mudanças na segunda parte do jogo foram positivas e já pensa nos próximos duelos da primeira fase pelo grupo A do Mundial handebol masculino.  “O segundo tempo foi um pouco melhor. Conseguimos construir mais ações e sermos mais efetivos. Colocamos mais em prática o sete contra seis, mas esse é um jogo que sabíamos que teríamos uma série de pesos. Foi uma estreia e ainda contamos com a perda do Thiagus no jogo, isso acabou dificultando o entrosamento geral da equipe, principalmente no aspecto defensivo. Mas, temos um time inteiro para os confrontos seguintes. Acreditamos que as próximas duas partidas serão vitais e temos bastante chance de ganhar. Vamos estar focados em cima disso”, garantiu.
Com uma boa atuação diante dos franceses, o armador direito José Guilherme foi o artilheiro do Brasil, com cinco gols. “Foi um jogo bastante difícil para nós. Eles bateram muito na defesa. Acabamos tendo a ausência do Thiagus e isso mexeu demais com a equipe. Nosso sistema defensivo tradicional, que é o 5×1, sentiu bastante sem ele na base. Tivemos que baixar para 6×0, que é uma defesa que não estamos muito acostumados e os franceses sim. Acho que a torcida ajudou bastante, assim como nos ajudou no Rio”, disse, lembrando o bom desempenho do Brasil contra a França nas quartas de final dos Jogos Olímpicos.
O central Henrique Teixeira apontou falhas no ataque, que acabaram por fazer diferença também. “O jogo de hoje não foi bom para nossa Seleção. Para mim, o mérito não foi totalmente do goleiro deles. Nosso ataque não estava fluindo. Chutamos bolas precipitadas, que poderíamos ter trabalhado mais e procurado envolver mais a defesa deles. Em uma estreia contra a França, não podemos pecar, senão vamos tomar contra-ataque. Não desempenhamos um bom papel no ataque taticamente. Mas não podemos lamentar, temos que nos concentrar para o próximo jogo que é daqui a dois dias.”
Amanhã, os brasileiros viajam para Nantes, onde jogam os próximos quatro duelos da fase classificatória do Mundial de handebol masculino pelo grupo A. Os seguintes adversários serão os poloneses, no sábado (14), às 11h45 ( horário de Brasília) e a expetativa é mais uma vez de casa cheia. A França programou uma grande competição, que promete entrar para a história da modalidade. Com uma torcida fanática, até agora, foram vendidos 431 mil ingressos distribuídos nas oito sedes que receberão o campeonato até o próximo dia 29.
No domingo (15), os brasileiros encaram o Japão, às 17h45, na terça-feira (17), será a vez de Noruega e Brasil, às 11h, e na quarta-feira (18), os adversários serão os russos, no mesmo horário. O Mundial tem transmissão dos canais SporTV e ESPN.
Gols do Brasil – José Guilherme (5), Teixeira (3), João Pedro (2), Chiuffa (2), Maik (1), Guilherme (1), Lucas (1) e Cleryston (1). Gols da França – Porte (6), Nyokas (3), Narcisse (3), Nikola Karabatic (3), Guigou (3), Dipanda (3), Remili (2), Abalo (2), Sorhaindo (2), Gerard (1), Accambray (1), Luka Karabatic (1) e Fabregas (1).
Jogos do Grupo A do Mundial de handebol masculino
Quarta-feira (11)
França 31 x 16 Brasil
Quinta-feira (12)
14h45 – Rússia x Japão
17h45 – Polônia x Noruega
Sexta-feira (13)
14h45 – Japão x França
Sábado (14)
11h45 – Brasil x Polônia
14h45 – Noruega x Rússia
Domingo (15)
14h45 – França x Noruega
17h45 – Brasil x Japão
Segunda-feira (16)
17h45 – Polônia x Rússia
Terça-feira (17)
11h – Noruega x Brasil
14h45 – Polônia x Japão
16h45 – Rússia x França
Quinta-feira (19)
11h – Rússia x Brasil
14h45 – França x Polônia
16h45 – Japão x Noruega
Seleção Brasileira convocada para a disputa do Mundial de handebol masculino
Goleiros – César Augusto de Almeida ‘Bombom’ (OIF Arendal-Noruega) e Maik Santos (AL-Rayyan-Qatar).
Armadores – Gabriel Ceretta Jung (FC Barcelona-Espanha), Haniel Lângaro (BM Naturhouse La Rioja-Espanha), José Guilherme de Toledo (Orlen Wisla Plock-Hungria), Oswaldo Maestro Guimarães (Anaitasuna-Espanha), Thiago Alves Ponciano (BM Ciudad Encantada-Espanha) e Thiagus Petrus Gonçalves dos Santos (Mol-Pick Szeged-Hungria).
Centrais – Henrique Teixeira (CB Huesca-Espanha) e João Pedro Francisco da Silva (Chambery Savoie Handball-França).
Pontas – Claryston David Cordeiro Novais (ADJF/Independência Trade-MG), Fábio Chiuffa (KIF Kolding Kobenhav-Dinamarca), Guilherme Torriani (Vegus/Guarulhos-SP) e Lucas Cândido (BM Guadalajara-Espanha).
Pivôs – Alexandro Pozzer (Fertiberia Puerto Sagunto-Espanha) e Rogério Moraes (WC Vardar-Macedônia) .
Comissão técnica
Técnico: Washington Nunes
Assistente técnico: Hélio Lisboa Justino
Treinador de goleiros: Diogo Castro
Preparador físico: Fernando Millaré
Fisioterapeuta: Gustavo Barbosa
Supervisor: Cássio Marques

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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