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Tóquio 2020

Camilla Gomes fala de rotina nos EUA e aprova Jogos em 2021

Atleta falou sobre os treinos improvisados e acredita que não haja clima para disputa das Olimpíadas neste ano

Camilla Gomes. no Mundial de Ginástica de Trampolim em Tóquio
Camilla Gomes explicou o porquê de treinar nos Estados Unidos desde 2014 (Foto: Divulgação)

A remarcação da Olimpíada de Tóquio para 2021 ainda não serviu para diminuir a incerteza de muitos atletas que ainda não conseguiram o índice para os Jogos. É o caso da ginasta Camilla Lopes Gomes, da ginástica de trampolim. Vivendo um momento essencial em sua corrida pela vaga olímpica, a atleta viu a etapa de Pesaro (Itália) da Copa do Mundo ser adiada. A competição seria uma das últimas oportunidades de confirmar a classificação olímpica.

“Nesse momento, não sabemos o que o futuro nos aguarda. Eu estava no meu momento de auge técnico, os treinos estavam indo bem e eu estava super confiante nessa competição. Ainda está sendo surreal isso tudo para mim, mas estou tentando ser positiva ao máximo, acredito que tudo tem seu tempo e que juntos somos mais fortes. Quando os Jogos Olímpicos acontecerem, espero que isso signifique que o mundo se uniu e superou isso tudo e que os Jogos simbolizem, mais uma vez, uma incrível celebração da humanidade”, avaliou a atleta.

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Camilla tenta manter a sua rotina de atividades e treino o mais próxima possível da normalidade. No entanto, tudo isso precisa ser feito longe do trampolim, tendo em conta que a academia onde treina normalmente está fechada no momento.

“Eu estou tentando manter a minha rotina o mais próximo do normal. Acordar, tomar café, fazer os treinos em casa. Trouxe uns pesos do meu ginásio, usando peso corporal, yoga, e também seguindo exercícios de outros atletas como o Nory [Arthur], a Flavinha [Flavia Saraiva]. Acho super importante os atletas estarem juntos e dando suporte uns aos outros nesse momento”, explicou.

“Depois de fazer o treino em casa, almoço, estudo, dou uma caminhada ao ar livre, faço um alongamento, janto assisto um filme e vou dormir. Conseguindo manter essa rotina me ajuda a deixa sã e manter minha cabeça no lugar”, completou.

Realidade de treinos nos Estados Unidos

Atleta da ginástica trampolim desde os oito anos de idade, Camilla sempre gostou de ter contato com outras escolas da ginástica mundial para tentar melhorar o seu desempenho na modalidade. Em 2014, a atleta conheceu o modelo norte-americano de treinamento e acabou preferindo permanecer no país na sequência de sua carreira.

“Antes de vir para os Estados Unidos, já tinha ido para Portugal para fazer um intercâmbio de treinamento por três meses no ano de 2013. Em 2014, decidi vir para os EUA para fazer o mesmo. Sempre achei muito importante o treino com outros atletas, técnicos, escutar e treinar através de uma visão diferente da maneira com que estamos acostumados. Dá sempre um incentivo a mais e nos ajuda a melhorar como atletas. A princípio, eu só ficaria três meses nos EUA mas ainda não voltei”, explicou.

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Uma das transformações que essa mudança de país trouxe para os treinamentos de Camilla foi a implementação do CrossFit como um auxiliar no seu condicionamento físico. Apesar da sua equipe não realizar mais essas aulas no dia a dia, Camila decidiu manter a modalidade como uma atividade complementar em sua preparação.

“Quando eu vim para o Estados Unidos, a minha equipe de treinava CrossFit três vezes na semana como preparação física. No início eu me sentia um pouco perdida em relação aos movimentos. Um ano depois, as aulas deixaram de fazer parte dos nossos treinos diários, mas como eu me envolvi bastante com esse esporte, decidi continuar realizando aulas com as turmas normais de duas a três vezes na semana. O CrossFit é um treino em que se utiliza o corpo todo, assim como na ginastica, e é um bom complemento para nos dar força, velocidade e condicionamento. Com os treinos eu comecei, inclusive, a saltar mais alto”, explicou.

Adiamento dos Jogos

A ginasta ainda se juntou a grande parte dos atletas brasileiros e comemorou o fato dos Jogos Olímpicos terem sido adiados.Para Camilla, a atual conjuntura do planeta não condiz com o espírito esperado para a disputa de uma Olimpíada e não via justiça caso o evento fosse mantido.

“Não podemos manter os valores do esporte, como justiça, espírito de equipe e respeito na atual crise. As diferenças internacionais são muito grandes quando se trata de oportunidades de treinamento. De uma proibição completa ao treinamento normal, não tem justiça aqui. As qualificações não podem ser realizadas, os campos de treinamento são cancelados no começo da contagem regressiva para Tóquio. Eu apoio em #Tokyo2021 e acredito que todos os atletas também”, completou.

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