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Ferroviária é bi inédita do Brasileiro em pleno Parque São Jorge

Fora de casa, Ferroviária leva a melhor contra o Corinthians por 0 a 0 no tempo normal, 4 a 2 nos pênaltis e entra para história como primeira bicampeã do nacional feminino; destaque para goleira Luciana

Lucas Figueiredo / CBF

Contrariou a lógica! Nesse domingo (29), no Parque São Jorge, o time visitante sofreu pressão de 6.181 torcedores e o Campeonato Brasileiro Feminino, enfim, conheceu a primeira equipe bicampeã da história: a Ferroviária. As Guerreiras Grenás garantiram o título depois de empatar com o Timão por 0 a 0 no tempo normal e nas penalidades levaram a melhor por 4 a 2.

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“Uma partida muito difícil, uma partida estratégica, uma partida onde a gente a todo instante tinha que estar atento aos detalhes, porque enfrentávamos uma equipe com um poder ofensivo muito grande. Nós sabíamos que íamos sofrer muito, a gente tinha que saber sofrer, foi isso que eu tentei trabalhar com o meu grupo. Esse momento que nós sofremos pressão, o estádio com uma torcida vibrante, uma torcida que cantou junto. Isso quem tá lá dentro tem que saber controlar o emocional muito grande. Então foi isso que a gente tentou buscar”, definiu a treinadora Tatiele Silveira.

A opinião da técnica Tatiele Silveira

Penalidades

Na primeira cobrança, Victoria Albuquerque chutou na direita e colocou o Corinthians na vantagem. Muitas vaias para Luana, da Ferroviária, chutou na esquerda e empatou o marcador. Depois, Gabi Zanotti fez o dela. Aline Milene deixou tudo igual. Tamires chutou na esquerda e Luciana defendeu. Andreia na cobrança chutou na direita e colocou a Ferroviária na frente do marcador. Ingryd chutou pra fora. Luana fez e garantiu o título para a Ferroviária.

Tudo igual no primeiro jogo

Equilíbrio foi a marcada do primeiro duelo, Corinthians e Ferroviária chegam sem vantagens para a decisão. No primeiro jogo, o elenco da Ferroviária freou a sequência recorde de 34 vitórias do Timão na temporada. A equipe que vencer marcará história na competição ao conquistar o bicampeonato inédito no Brasileiro Feminino A1.

Busca pelo bicampeonato inédito

Tradicional no futebol feminino, a Ferroviária conquistou o primeiro título nacional em 2014, ao vencer o Kindermann-SC na decisão. Na final, a Ferrinha triunfou nos dois duelos.

Em Araraquara, no jogo de ida, venceu por 3 a 0. Na volta, ampliou o placar e levantou a taça após o placar de 5 a 3. No elenco alguns dos nomes que hoje figuram na lista de convocadas da técnica Pia Sudhage, como Mônica, Thaisa, e a auxiliar técnica da Seleção Feminina, Beatriz Vaz.

Campanha no Brasileiro: Ferroviária

A Ferroviária vem de uma campanha de superação na competição. Na primeira fase, a equipe comanda por Tatiele Silveira terminou na sétima colocação, a penúltima vaga na classificação para a segunda fase.

Nas quartas de final, protagonizou uma verdadeira batalha diante do Santos. De virada e com direito a decisão nos pênaltis, a Ferrinha chegou à semifinal. A equipe havia perdido o primeiro jogo por 2 a 1. Jogando fora de seus domínios, a equipe repetiu o placar nas adversárias e venceu nas penalidades.

Na etapa seguinte, de novo uma vaga decidia nos pênaltis. Contra o Kindermann, a Ferroviária conseguiu a tão sonhada vaga na final ao vencer novamente no penal. Após os dois duelos terminarem empatados em 1 a 1, o time de Araraquara venceu com direito a duas importantes defesas da goleira Luciana.

No Brasileiro Feminino A1 são sete vitórias, nove empates e cinco derrotas. O time balançou a rede 27 vezes e sofreu 14 gols.

O jogo

A torcida presente empurrava o Corinthians, que nos minutos iniciais começou a s e colocar no ataque. Logo aos quatro, Tamires cobrou o escanteio e Pardal conseguiu o primeiro lance de perigo. O jogo ficou truncado e parava com faltas. Em uma das oportunidades, a Ferroviária virou o jogo com Aline Milene, Rafa Mineira chutou de fora e Lelê defendeu.

Depois, triplo lance de perigo corintiano. Milene recebeu na cara, mas Luciana defendeu. Aos vinte e seis minutos, Victoria Albuquerque pegou a bola na entrada da área e bateu rasteirinha, mas não conseguiu converter. Novamente ela, tentou cabeceio pra fora. E, então, veio a primeira parada técnica. Depois, Tamires tentou cruzamento, mas a bola não encontrou destino na área.

O Corinthians dominava as ações do jogo. Crivelari na dividida pela bola, rolou para Millene que bateu e parou, mais uma vez, em Luciana. Na sequência, Tamires cruzou, Vic tentou, mas sem sucesso. O fim da primeira etapa teve cinco minutos de acréscimos e terminou empatado: 0 a 0.

A segunda etapa começou mais cadenciada. Logo aos três minutos, Milene foi puxada na área, a árbitra mandou seguir e a torcida reclamou muito. Pouco depois, Milene tocou para Paulinha, que cruzou para Crivelari cabecear com perigo. A artilheira do Brasileiro, mais uma vez tentou com chute no gol, mas Luciana espalmou.

Tamires roubou a bola e em linda jogada tentou o chute pela esquerda. Logo na sequência, o Corinthians faz triangulação e, no cruzamento, Millene tocou para fora. A Ferroviária começou a fazer substituições aos vinte e cinco minutos. O jogo começou a ficar quente, ninguém conseguia converter e a rivalidade aflorava. Milene recebeu na área, bateu e Luciana pegou.

Paulinha toca para Erika, que chuta de fora, mas a bola não entra. Depois de lance na área, que a juíza não marcou e a torcida reclamou por pênalti mais uma vez, Grazi chuta pra fora. O jogo tinha muitas paradas para atendimento técnico, o que resultou em cinco minutos de acréscimos. Chutões da Ferroviária e o Corinthians inteiro no ataque. Fim de jogo no tempo normal: 0 a 0. E a partida foi para os pênaltis, melhor para a Ferroviária que fez 4 a 2 nos penaltis.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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