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Futebol

Com Jardine, Brasil conta com mais atletas que atuam no exterior

Convocação para amistosos registra 56% de jogadores que defendem clubes na Europa; em relação ao time campeão olímpico em 2016, nova geração de jovens também supera a marca

Mauro Horita/CBF

Após a conquista do tradicional Torneio de Toulon, na França, a Seleção Olímpica masculina de futebol realizou outros dois amistosos preparatórios para a sequência da trajetória rumo aos Jogos de Tóquio 2020. Com variações no esquema de jogo e atuações convincentes, o Brasil superou Colômbia e Chile sem sofrer riscos. Apesar do pouco tempo disponível para treinamentos, o rendimento foi bom.

Além da análise de desempenho, outro dado é importante e também deve ser levado em conta. A maioria dos atletas chamados por André Jardine já atua em clubes europeus há algumas temporadas. No ponto de vista tático e técnico, a bagagem e a segurança em cada partida de fato chamaram a atenção. Em relação ao elenco que faturou a medalha de ouro em 2016, a primeira do país na história, a diferença deste número é bastante considerável.

Dos 23 nomes escolhidos pelo treinador, 13 brilham em gramados por aí – equivalente a 56% do time. Hoje na Espanha, o lateral-esquerdo Renan Lodi não foi liberado pelo Atlético de Madrid, sendo substituído por Abner Vinícius, do Athletico Paranaense. A estatística poderia ser maior.

É necessário ressaltar que as Datas FIFA contribuem para o resultado elevado, uma vez que os torneios nacionais são paralisados para os amistosos pelo mundo. Assim como aconteceu com Lodi, nem sempre os convocados estarão disponíveis de acordo com as respostas dos próprios clubes.

“Isso é fundamental. Não à toa a CBF está fazendo toda a força do mundo para contar com os melhores. Temos alguns profissionais na nossa comissão que fizeram parte da conquista do ouro e que trazem um relato de que é fundamental contar com jogadores com experiência, jogadores que, muitas vezes, vão acalmar a equipe dentro do jogo, que vão botar a bola debaixo do braço, que vão controlar, que vão orientar. Isso não tem saída. Só consegue entregar quem tem a experiência, quem já está jogando em alto nível. Os jogadores que a gente tem aqui hoje têm esse status”, afirmou André Jardine.

Em pé: Cleiton, Ibañez, Guilherme Arana, Emerson, Matheus Cunha e Lyanco; Agachados: Douglas Luiz, Antony, Wendel, Pedrinho e Paulinho (Mauro Horita/CBF)

Claro que o grupo ainda não está completamente definido, mudanças devem acontecer até o final do ciclo. A Seleção Brasileira terá outros dois compromissos em outubro, provavelmente diante de Venezuela e Japão. De qualquer maneira, a base composta pela comissão técnica desde Toulon foi nitidamente estabelecida.

“Douglas Luiz jogando num nível altíssimo. Wendel controlando as ações do meio de campo. Emerson, que já um jogador muito experiente, dando uma aula de jogar por fora e por dentro. O Lyanco é um jogador com muita experiência, mesmo sem ter participado dos jogos da pré-temporada. O Matheus Cunha que já produz no Leipzig em alto níve. É uma conscientização de todos que a gente está querendo: clube, torcida e imprensa. Se não pudermos contar com jogadores desse peso, com certeza não vamos atingir a expectativa que todo mundo tem de ter uma equipe do tamanho que Brasil exige, que o Brasil merece por tradição”, complementou.

Há pouco mais de três anos, Rogério Micale era o técnico na disputa da Olimpíada do Rio de Janeiro. Na época, considerando inclusive os atletas selecionados que estavam acima da idade permitida (Neymar, Douglas Costa e Fernando Prass), apenas seis dos 18 jogadores não defendiam clubes brasileiros – 33%.

Compare as duas convocações:

2016

Goleiros:

Cleiton – Atlético-MG
Daniel Fuzato – Roma (Itália)
Lucão – Vasco

Defensores:

Emerson – Real Betis (Espanha)
Guilherme Arana – Atalanta (Itália)
Guga – Atlético-MG
Ibañez – Atalanta (Itália)
Luiz Felipe – Lazio (Itália)
Lyanco – Torino  (Itália)
Abner Vinícius – Athletico Paranaense
Walce – São Paulo

Meio-campistas:

Allan – Fluminense
Douglas Luiz – Aston Villa (Inglaterra)
Jean Lucas – Lyon (França)
Mauro Júnior – Heracles Almelo (Holanda)
Pedrinho – Corinthians
Wendel – Sporting Lisboa (Portugal)

Atacantes:

Antony – São Paulo
Arthur Cabral  – Palmeiras
Artur  – Bahia
Bruno Tabata – Portimonense (Portugal)
Matheus Cunha – Red Bull Leipzig (Alemanha)
Paulinho – Bayer Leverkusen (Alemanha)

 

2019

Goleiros:

Fernando Prass – Palmeiras/Weverton – Athletico Paranaense
Uilson – Atlético Mineiro

Defensores:

William – Internacional
Douglas Santos – Atlético Mineiro
Zeca – Santos
Rodrigo Caio – São Paulo
Luan – Vasco da Gama
Marquinhos – Paris Saint Germain (França)

Meio-campistas:

Thiago Maia – Santos
Rodrigo Dourado – Internacional
Fred – Shaktar Donetsk (Ucrânia)
Rafinha Alcântara – Barcelona (Espanha)
Felipe Anderson – Lazio (Itália)

Atacantes:

Neymar – Barcelona (Espanha)
Douglas Costa – Bayern de Munique (Alemanha)
Luan – Grêmio
Gabriel Barbosa – Santos
Gabriel Jesus – Palmeiras

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