Siga o OTD

Pan 2019

Bia Bulcão fatura medalha inédita para o país no florete feminino

Brasileira da esgrima ficou com o bronze em Lima e levou o Brasil pela primeira vez para o pódio feminino do florete

Bia Bulcão, esgrima, Jogos Pan-Americanos
Washington Alves/COB

O Brasil começou com medalha o primeiro dia da esgrima nos Jogos Pan-Americanos nesta segunda (5). Mais que isso, o bronze de Bia Bulcão é a primeira medalha no florete feminino do país nesta competição. Além dela, outros três brasileiros disputaram o dia de estreia da modalidade em Lima: Gabriela Cecchini, também no florete, e Nicolas Ferreira e Athos Schwantes na espada masculina.

“É incrível! Eu sei o quanto a gente trabalhou para estar aqui. Os companheiros, todo mundo. Nos últimos Jogos Pan-Americanos (Toronto) nós perdemos por um toque no torneio por equipes para o México. Eu queria muito a medalha no outro Pan e hoje eu consegui. Espero trazer mais uma na prova por equipes”, falou Bia Bulcão logo após perder a semifinal para Lee Kiefer, campeã mundial em 2017 por equipes com os Estados Unidos e que acabou com o ouro em Lima. Na esgrima não há disputa de bronze. Os dois atletas que ficam na semi vão ao pódio.

“Eu treino bastante. Esse ano eu fui treinar na Itália desde janeiro justamente para essa fase de classificação olímpica e para os Jogos Pan-Americanos. E estou feliz de ver os resultados aparecendo. Eu estava vendo nos treinamentos, mas não estava vendo chegarem nas provas. Tem de ter um pouco de paciência e agora estou vendo. É legal”.

Bia Bulcão, esgrima, Jogos Pan-Americanos

Washington Alves/COB

Começo difícil

Bia Bulcão passou pela fase de grupos com dificuldades, teve duas vitórias e três derrotas, mas embalou no mata-mata ao eliminar Paola Piñero, do Peru, nas oitavas, e Nataly Michel Silva, do México, nas quartas.

“Não comecei como eu queria. Mas as vezes o dia começa ruim e vai melhorando. Tive um combate complicado com a peruana, que eu perdi na poule (grupos). Ela cresceu muito pelo fato de os Jogos serem aqui. Encontrei bastante dificuldade, mas tive tranquilidade e consegui ganhar”, analisou a brasileira.

“Depois joguei contra essa mexicana que eu conheço já há algum tempo. Aí eu já entrei com outro ritmo, já querendo buscar medalha mesmo”, comentou Bia Bulcão, admitindo estar engastada com as mexicanos, que tiraram a medalha por equipes no Pan de Toronto por um mísero toque há quatro anos. “Quando eu fui jogar contra a mexicana eu estava muito concentrada. Na semifinal com a Kiefer, que já está em um nível um pouco mais acima, estava muito cansada. Não deu para jogar no mesmo ritmo que ela, o que acabou atrapalhando bastante”.

Ao todo, 18 esgrimistas participaram do florete feminino nos Jogos Pan-Americanos. Além de Bia Bulcão, Gabriela Cecchini era a outra representante do Brasil. Ambas fizeram campanhas semelhantes na fase de grupos, com duas vitórias e três derrotas, e se classificaram em quarto lugar de suas chaves.

Bia Bulcão, esgrima, Jogos Pan-Americanos

Mexicanas estavam engasgadas (Washington Alves/COB)

Nas oitavas de final, Gabriela Cecchini derrotou a americana Jacqueline Dubrovich numa emocionante 15 a 13, mesmo placar com o qual Bia Bulcão superou a peruana Paola Piñero. Nas quartas de final, como não há disputa de terceiro lugar na esgrima, quem vencesse já levara o bronze. Cecchini, no entanto, foi dominada pela canadense Jessica Guo e perdeu por 15 a 6. Já Bulcão passou apertado pela mexicana Nataly Michel Silva, de novo, por 15 a 13, e garantiu seu lugar no pódio.

Com o bronze garantido, Bia Bulcão fez o possível contra Lee Kiefer, mas a americana conseguiu se impor e chegou à vitória por 15 a 3, eliminando a brasileira e classificando-se para a disputa da medalha de ouro.

Espada masculina

Além da disputa do florete feminino, o Brasil foi representado nesta segunda-feira por Nicolas Ferreira e Athos Schwantes na espada masculina. Na fase inicial, Schwantes venceu três dos cinco confrontos e ficou em terceiro no Grupo A, enquanto Ferreira ficou em quinto no Grupo B com apenas duas vitórias.

Os dois avançaram para as oitavas de final, mas Nicolas Ferreira não conseguiu passar do venezuelano Ruben Limardo, campeão olímpico em 2012, que venceu por 15 a 11. Já Athos Schwantes bateu o argentino José Felix Dominguez por 15 a 10 e conseguiu vaga nas quartas de final.

Bastava então para Athos Schwantes uma vitória para que ele pudesse garantir um lugar no pódio, mas o brasileiro caiu diante de Jesús Gascon Limardo, irmão de Ruben, esgrimista que eliminou Nicolas Ferreira, pelo placar de 15 a 4.

Algozes dos brasileiros, os irmãos Limardo se classificaram para a final da espada masculina e garantiram uma dobradinha para a Venezuela.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

Mais em Pan 2019