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Curiosidades olímpicas

Quem foram as pessoas que tiveram a honra de acender a pira?

Conheça a história de todos os personagens que tiveram a honra de acender a pira olímpica em todas as edições dos Jogos Olímpicos

Maracanã - Vanderlei Cordeiro de Lima
Vanderlei Cordeiro de Lima acendeu a pira olímpica na Rio-2016 (Roberto Castro/Rede do Esporte)

A primeira vez que a pira olímpica foi acesa após o revezamento da tocha na cerimônia de abertura dos Jogos foi em Berlim-1936. A primazia coube ao alemão Fritz Schilgen, do atletismo. Confira a lista de todos que tiveram a honra ser protagonista do momento mais esperado de todas as cerimônias de abertura:

Berlim-1936: Fritz Schilgen (atletismo)

pira olímpica 1936

Nascido em Kronberg im Taunus em 1906, Fritz Schilgen era um corredor de média e longa distância, que começou a carreira no esporte depois da Primeira Guerra Mundial. Ele foi escolhido pelos organizadores do revezamento como um “símbolo da juventude esportiva alemã” e por seu estilo de corrida bonito e gracioso, conforme determinado pela comissão de estética. A imagem do acendimento da pira foi usada no filme Olympia, usado pela propaganda nazista, feito por Leni Riefenstahl, que também ajudou a conceber o revezamento da tocha e a selecionar Schilgen como portador da tocha final. Apesar de ter sido o protagonista da cerimônia de abertura, o atleta não participou dos Jogos.

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Londres-1948: John Mark (atletismo)

pira olímpica 1948

John Mark fazia parte da seleção britânica de atletismo quando foi escolhido como aquele que iria acender a pira na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres-1948. Mas a escolha não foi feita por seus resultados esportivos e sim por conta de sua boa pinta.

Helsinque-1952 – Paavo Nurmi e Hannes Kolehmainen (atletismo)

pira olímpica 1952

Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Helsinque foram homenageados dois dos maiores atletas finlandeses da história. Paavo Nurmi, dono de 12 medalhas olímpicas, nove de ouro e três de prata, e Hannes Kolehmainen, que ganhou quatro ouros e uma prata.

Melbourne-1956: Ron Clarke (atletismo)

pira olímpica 1956

Escolhido para acender a pira nos Jogos Olímpicos de Melbourne-1956, Ron Clarke era ainda um juvenil e foi colocado na função como símbolo do futuro do esporte australiano. Na época, ele tinha 19 anos e foi só participar como atleta dos Jogos Olímpicos em Tóquio-1964 e na Cidade do México-1968. Seu melhor resultado foi a medalha de bronze nos 10 mil metros rasos em 1964.

Roma-1960: Giancarlo Peris (atletismo)

pira olímpica 1960

Giancarlo Peris estava no terceiro ano do ensino médio e era um corredor de média distância que havia estabelecido o recorde estudantil italiano nos 1.500 metros antes das os Jogos Olímpicos. Jovem demais para participar da Olimpíada, ele venceu uma prova organizada pelo Comitê Olímpico Italiano, disputada entre atletas de 18 e 19 anos, para ganhar o direito de acender a pira olímpica. Ele abandonou o atletismo em 1963 depois que machucou a perna em um acidente.

Tóquio-1964: Yoshinori Sakai (cidadão de Hiroshima)

pira olímpica 1964
Yoshinori Sakai, que nasceu no dia em que explodiu a bomba atômica em Hiroshima, acende a pira olímpica na Olimpíada de Tóquio-1964 (Crédito: COI)

O responsável por acender a pira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964 foi Yoshinori Sakai, nascido em Hiroshima em 6 de agosto de 1945, mesma data em que a cidade foi destruída pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos. Foi o recado do Japão para simbolizar o progesso em direção à paz mundial e sua resiliência depois da Segunda Guerra Mundial.

Cidade do México-1968: Enriqueta Basílio (atletismo)

pira olímpica 1968
Mexican athlete Norma Enriqueta Basilio last carrier of the Olympic torch is pictured lighting the Olympic Cauldron, during the opening of the 19th Olymic games in Mexico City, Mexico, Saturday afternoon October 12, 1968. (AP Photo/Kurt Strumpf)

Enriqueta Basílio entrou para a história ao se tornar a primeira mulher a acender a pira olímpica. Apesar da honra, a atleta não foi bem na competição e não passou das eliminatórias das provas que participou: 400 m rasos, 80 m com barreiras e revezamento 4 x 100 m rasos.

Munique-1972: Günther Zahn (atletismo)

pira olímpica 1972

Na abertura dos Jogos de Munique-1972, um jovem de 18 anos chamado Günther Zhan foi o responsável por acender a pira olímpica. Apesar de ser considerado uma revelação na época, o atleta não conseguiu ter nenhuma participação em Jogos Olímpicos.

Montreal-1976: Sandra Henderson (ginástica) e Stéphane Préfontaine (atletismo)

pira olímpica 1976

Sandra Henderson e Stéphane Préfontaine foram dois jovens atletas que acenderam a pira olímpica em Montreal-1976. A primeira representava a comunidade inglesa do Canadá, enquanto o segundo representava a francesa. Nenhum dos dois tiveram participações olímpicas depois. Préfontaine chegou a ter esperança de disputar os Jogos de Los Angeles-1984, mas uma lesão no tendão o fez desistir.

Moscou-1980: Sergei Belov (basquete)

pira olímpica 1980

Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Munique-1972 pela União Soviética, o jogador de basquete Sergei Belov acendeu a pira em Moscou-1980. Além de subir no lugar mais alto do pódio na Alemanha, Belov ganhou mais três bronzes olímpicos na Cidade do México-1968, Montreal-1976 e também em Moscou.

Los Angeles-1984 – Rafer Johnson (atletismo)

pira olímpica 1984

Na Olimpíada de Los Angeles-1984, a honra de acender a pira coube a Rafer Johnson, medalha de ouro no decatlo em Roma-1960 e prata em Melbourne-1956. Depois da carreira como atleta, trabalhou como ator, participando de alguns filmes, e também na imprensa esportiva.

Seul-1988: Chung Sun-Man (professora), Sohn Mi-Chung (bailarina) e Kim Won-Tak (atletismo)

pira olímpica 1988

Das três pessoas escolhidas para acender a pira olímpica nos Jogos de Seul-1988, apenas um deles era atleta. Kim Won-Tak era maratonista e terminou em 18º. lugar na Olimpíada disputada na capital da Coreia do Sul. Já Chung Sun-Man era professora escolar e Sohn Mi-Chung, bailarina.

Barcelona-1992: Antonio Rebolo (tiro com arco)

pira olímpica 1992

A marca da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 foi a maneira com a qual a pira foi acesa. Foi uma cena emocionante. O arqueiro Antonio Rebollo atirou do gramado uma flecha em chamas para acender o fogo olímpico. Ele é até hoje o único atleta paralímpico a acender a pira de uma Olimpíada. Rebollo competiu em três edições de Jogos Paralímpicos com duas medalhas de prata e uma de bronze.

Atlanta-1996: Muhammad Ali (boxe)

(Getty Images)

Um dos momentos mais esperados da cerimônia de abertura de Atlanta-1996 foi a revelação de quem acenderia a tocha do centenário olímpico e a aparição de Muhammad Ali  nesse papel foi inesquecível. Diagnosticado 12 anos antes com a doença de Parkinson, o maior boxeador de todos os tempos, com as mãos trêmulas, teve dificuldades para eguer a tocha e acender a pira. O estádio foi à loucura e a imagem, marcante, emocionou o mundo.

Sydney 2000: Cathy Freeman (atletismo)

Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 nos 400 m, Cathy Freeman foi a responsável por acender a pira em Sydney-2000. Durante a competição em Sydney, levou o ouro na mesma prova. É até hoje a única atleta a acender a pira e ser campeã na mesma edição olímpica.

Atenas-2004: Nikolaos Kaklamanakis (vela)

Nikolaos Kaklamanakis, campeão olímpico da classe mistral em Atlanta-1996, teve a honra de acender a pira nos Jogos de Atenas-2004. Em casa, o velejador voltou a subir no pódio e colocou no peito a medalha de prata.

Pequim-2008: Li Ning (ginástica)

Foi a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos mais cara da história, um espetáculo de demonstração de grandeza para mostrar ao mundo a nova cara da China. Um dos pontos altos foi o ginasta Li Ning, dono de seis medalhas olímpicas, voar ao redor do estádio antes de acender a pira olímpica.

Londres-2012: Sete jovens indicados por veteranos olímpicos britânicos

Sete jovens foram os responsáveis por acender a pira nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Desiree Henry, Katie Kirk, Aidan Reynolds e Adelle Tracey, do atletismo, Calum Airle, da vela, Cameron MacRitchie, do remo, e Jordan Duckitt, que era o único que não era esportista. De todos eles, Desiree Henry conseguiu uma medalha olímpica ao ser bronze no revezamento 4 x 100 m da Olimpíada do Rio de Janeiro-2016.

Rio de Janeiro-2016: Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo)

(Roberto Castro/Rede do Esporte)

Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 na maratona, Vanderlei Cordeiro de Lima foi homenageado com a honra de acender a tocha olímpica no Estádio do Maracanã na cerimônia de abertura da Rio-2016.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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