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Triatlo

No triatlo, Luisa Baptista enxerga copo meio cheio do adiamento

Ganhar um ano de treinamento fará a diferença para os jovens triatletas na preparação para os Jogos Olímpicos

O adiamento das Olimpíadas de Tóquio frustrou a comunidade esportiva e os fãs dos Jogos. Uma decisão importante e necessária. O tempo vai alimentar mais um ano de ansiedade até reunir novamente os melhores atletas do mundo. Como toda experiência negativa existe a possibilidade de tirar uma lição positiva, Luisa Baptista, principal nome do triatlo brasileiro, procura enxergar as oportunidades durante o período de isolamento, não permanecer passiva diante as emoções negativas e aproveitar o tempo adicional para evoluir.    

“Tenho encarado como algo positivo o adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021. A nossa geração do triatlo é bem nova e acabamos ganhando um ano a mais para poder se preparar melhor para as Olimpíadas. Apesar de estarmos no período em que os treinos não estão 100%, estamos conseguindo manter bem a forma física”, avalia a triatleta. 

A resistência e a experiência de anos de treinamentos fazem diferença no triatlo. Os treinadores estimam que são necessários 10 anos de trabalho ininterrupto para fazer um atleta maduro. Por isso é frequente que os principais nomes do esporte não sejam apontados pelo talento, mas pela dedicação árdua.

Aos 25 anos, a jovem Luisa Baptista vem desafiando a lógica e a tradição com os resultados nas provas internacionais. Tradição que aponta para que o atleta chegue ao topo da carreira com a idade média de 30 anos. A suíça Nicola Spirig Hug é exemplo. Conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Londres com 30 anos e a prata no Rio 2016 quando tinha 34 anos. Se no triatlo tempo é evolução, ganhar mais um ano de treinamento fará a diferença para os jovens brasileiros na preparação para os Jogos Olímpicos.

“Faço parte de uma geração nova, mas bem talentosa, com resultados expressivos. É um orgulho fazer parte desta geração. Estou aprendendo muito com esse grupo e acho que tenho muito o que crescer, principalmente pensando daqui a quatro anos, em 2024”, revelou.

Em 2019, Luisa comandou a equipe brasileira que fez história durante os Jogos Pan-Americanos de Lima. A “geração 2024” voltou para casa com quatro medalhas na bagagem. Destaque da equipe, a paulista conquistou a medalha de ouro no individual feminino e no revezamento misto.

“O ano de 2019 foi, sem dúvida, o melhor ano da minha carreira. Nós estávamos com o foco total para os Jogos Pan-Americanos. O resultado garantiu uma base muito importante para o restante da temporada. Nós conseguimos encaixar boas provas, depois no evento-teste e no Campeonato Mundial”, recordou.

Durante o período de quarentena, a paulista está desenvolvendo em casa os treinamentos de ciclismo e de corrida. “O triatlo é um esporte privilegiado, pois disputados três modalidades: ciclismo, natação e corrida. Treinamento na bicicleta e na esteira estamos conseguindo fazer com muita qualidade, além de fazer exercícios de força para manter a parte física”, disse.

https://www.instagram.com/p/B_Agy53HmfJ/

Os triatletas ainda estão no processo de classificação para competir nos Jogos de Tóquio. As vagas serão distribuídas com base na colocação no ranking mundial. Os 55 atletas melhores classificados, com limite de três por país, garante o lugar na Vila Olímpica.

“A gente pode desenvolver bastante coisa com esse um ano a mais de preparação. Uma geração com um ano a mais até os Jogos de Tóquio pode ser que faça bonito nos Jogos”, finaliza Luisa Baptista.

Breno Barros, 33 anos, gosta de olhar os diferentes esportes olímpicos de forma leve. Participei da cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, dos Jogos Olímpicos da Juventude de Argentina 2018 e da China 2014, dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, de Toronto 2015 e de Guadalajara 2011. Estive também nas coberturas dos Jogos Sul-Americanos da Bolívia 2018 e do Chile 2014.

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