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Ciclismo Mountain Bike

Henrique Avancini e Jiri Novak retomam liderança da Brasil Ride

Henrique Avancini e Jiri Novak (Marina Magalhães / Brasil Ride)

Quem apostou em uma reviravolta na liderança da Brasil Ride 2017 na realização da sexta etapa da competição, a do cross country (XC), em Arraial d’Ajuda, acertou em cheio. Apesar da vitória do italiano Fabian Rabensteiner, atual campeão da principal ultramaratona de MTB das Américas, em 1h29min08, Henrique Avancini, quarto do dia, e Jiri Novak, o segundo, se beneficiaram do fato de o companheiro de Fabian, Michele Casagrande, ter terminado em quinto, há cerca de dois minutos de Avancini, o que faz a dupla tcheco-brasileira liderar com pouco mais de 20 segundos a oitava edição. Vencedor do XC em 2016, Hans Becking completou o pódio, em terceiro lugar

Com o tempo acumulado de 1h31min13 neste sexto dia de competições da Brasil Ride, Henrique Avancini e Jiri Novak viram os 10 segundos de desvantagem para os então líderes, Michele Casagrande e Fabian Rabensteiner, se transformarem em 21 segundos de folga na liderança e a volta da camisa amarela às suas mãos. Fabian e Michele finalizaram a etapa com a soma de 1h31min44. Restam agora apenas 75 km para a definição dos campeões, durante a Maratona dos Descobrimentos, entre Arraial d’Ajuda e Trancoso, na manhã do sábado (21).

“Sofri bastante hoje e não consegui ter um bom desempenho, mas, como equipe fomos bem, sendo a primeira dupla do dia no geral”, definiu Henrique Avancini. Não tive uma largada tão boa, me embolei na primeira trilha enquanto Michele cometeu três erros por desconcentração, ou seja, acho que ali ele já estava no limite. Perdi tempo na primeira volta e fiz muito esforço, ficando sozinho. O Fabian andou muito, mas eu sabia que o Jiri estava perto dele e eu tinha que manter uma vantagem legal para o Michele. Agora estamos com a camisa amarela, o que é o objetivo maior”, disse Avancini.

“Vamos marcar eles na decisão. Seremos a sombra deles. Perdi um pouco nesta sexta corrida por não ser agressivo demais, não querer disputar posições no limite com os líderes, mas amanhã (sábado) temos uma vantagem. Assim como respeitamos eles quando eram os donos da camisa amarela, agora eles tem que nos respeitar”, finalizou o ciclista, que busca seu bicampeonato da Brasil Ride, enquanto Jiri tem o objetivo de ser o maior vencedor do evento, caso conquiste o título pela terceira vez.

Jiri Novak avaliou a disputa do XC. “Foi um cross country bacana e muito rápido. No início eu estava liderando com o Hans Becking e o Fabian Rabensteiner, porém na última volta deixei cair minha corrente, o que me fez perder contato com eles. Assim, foi difícil para mim. Mas, terminei em segundo e o Henrique em quarto e fico feliz pela liderança”, contou Jiri. “É fácil perder a camisa amarela, porque é uma diferença teoricamente pequena. Eu me sinto bem, o Avancini também, então será um boa corrida final”, concluiu Jri.

Mesmo não conseguindo o tempo suficiente com sua vitória para seguir na liderança, Fabian Rabensteiner destacou seu resultado individual. “Foi muito difícil conquistar essa vitória. De manhã eu estava me sentindo bastante cansado, com as pernas pesadas. Mas, durante a corrida, me senti bem. Infelizmente cometi alguns erros na volta de abertura e não consegui me distanciar do Jiri e do Hans naquele momento. Daí em diante, ataquei e consegui me afastar deles, fazendo meu máximo até o fim”, analisou Fabian.

“Me sinto triste por perder a camisa amarela, ainda mais porque o Michele estava se recuperando no final, porém acabou sofrendo uma queda. Estamos mais de um minuto atrás dos líderes agora e neste sábado daremos tudo que temos para tentar o título”, completou o atual campeão da Brasil Ride.

Tricampeã brasileira leva no feminino – O favoritismo de Raiza Goulão prevaleceu na prova em que a goiana de Pirenópolis era a grande favorita, após voltar da Austrália, há cerca de um mês, com um 14º lugar no Mundial de XCO (cross country olímpico). Raiza não só liderou de ponta a ponta, como também foi a única mulher a completar as quatro voltas, ou seja, não tomou volta do líder e vencedor, Fabian Rabensteiner. Sonya Looney e Margot Moschetti completaram o pódio feminino.

“Em 2015, na minha estreia na Brasil Ride, também fui a única a completar as quatro voltas, o que me deixa outra vez muito contente, mas confesso que até tirei um pouco o pé para ver se o líder me passava hoje. Pensei nesta estratégia, porque seria um grande desgaste para mim fazer mais 30 minutos de pedal, enquanto minhas concorrentes não fariam. Assim, poderia poupar para amanhã. De qualquer forma, foi um dia de diversão nas trilhas, porque era uma corrida individual. Objetivo agora é completar neste sábado sem ter problemas e tentar me sagrar bicampeã da ultramaratona”, relatou Raiza.

Fôlego de sobra – Dona de oito recordes mundiais de apnéia, ficar submersa na água o máximo de tempo que aguentar, a catarinense Karol Meyer está em sua segunda Brasil Ride. Após disputar em 2016 apenas com a preocupação de terminar e conquistar a camiseta de finisher, desta vez Karol quer evoluir em seus resultados, ao lado de seu marido Tiago da Silva.

Para Karol, a noite de quinta-feira (19) foi especial, recebendo os parabéns por ter completado mais um ano de vida. “Este é meu segundo aniversário que passo na Brasil Ride e estava muito feliz durante a cerimônia de premiação, realmente comemorando, porque consegui passar pela quarta etapa, a Rainha, mais difícil de todas”, relembrou Karol. “Agora, queremos ficar no top 10 da mista. Estivemos em nono, em sétimo, e agora em décimo, com uma certa folga. Queremos manter e, até quem sabe, subir”, avaliou.

“Sempre treinei na bicicleta com o foco no condicionamento físico. Fazia spinning e comecei a pedalar na rua apenas um ano e meio atrás. Nesta edição, fiz treinamentos para melhorar a parte técnica, para passar por escadas, por exemplo, algo que eu nunca tinha feito antes de disputar a Brasil Ride em 2016. Investi em treinos este ano. Sou competitiva, mas sei que nesta ultramaratona tem outros atletas bem habilidosos, ou seja, tem que saber lidar com teus pontos fracos a cada etapa e ir melhorando você, como ciclista”, finalizou Meyer.

Maratona dos Descobrimentos – Realizada sempre no sétimo e último dia da Brasil Ride, a Maratona dos Descobrimentos será um evento à parte na principal ultramaratona de MTB das Américas. Na disputa realizada no formato de cross country marathon (XCM), Arraial d’Ajuda transforma-se em um verdadeiro mar de bicicletas. Desde a largada da decisão, às 9h da manhã do sábado até o fim da tarde, o entorno do Uiki Parracho estará tomado por ciclistas de todo o País e de diferentes partes do mundo.

Top 3 individual do dia
1-Fabian Rabensteiner (ITA) – 1h29min08
2-Jiri Novak (CZE) – 1h30min05
3-Hans Becking (HOL) – 1h30min24

Top 3 das duplas da open no dia
1-Henrique Avancini (BRA) e Jiri Novak (CZE)- 1h31min13
2-Michele Casagrande (ITA) e Fabian Rabensteiner (ITA) – 1h31min44
3-Hans Becking (HOL) e Sebastian Fini (DIN) – 1h33min02

Top 3 da open da classificação geral
1-Henrique Avancini (BRA) e Jiri Novak (CZE) – 20h37min17
2-Michele Casagrande (ITA) e Fabian Rabensteiner (ITA) – 20h37min38
3-Hans Becking (HOL) e Sebastian Fini (DIN) – 20h47min01

Programação da Brasil Ride 2017 – 558,2 km – 11.379 m de altimetria acumulada

21/10 – Sábado, 9h (horário local)/10h (Brasília) – Etapa 7: Última etapa e Maratona dos Descobrimentos (73,4 km e 1.041 m de altimetria)

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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