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Pan 2019

Brasil se garante em quatro finais do boxe em Lima

Keno Machado, Hebert Conceição, Jucielen Romeu e Beatriz Ferreira seguem em busca da medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos

Jonne Roriz/COB

Duas finais e um bronze. Esse foi o desempenho do Brasil na primeira parte de semifinais do Boxe nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima. Nesta terça-feira (30), Keno Machado, Jucielen Romeu, Beatriz Ferreira e Hebert Conceição venceram seus duelos e se garantiram na disputa da medalha de bronze. Já Abner Teixeira e Flavia Figueiredo acabaram sendo derrotados e ficou com o bronze

O dia brasileiro no boxe começou bem. Keno Machado teve pela frente o mexicano Rogelio Torres, o brasileiro conseguiu se impor. Após um primeiro round mais estudado entre os dois atletas, com os dois lados medindo a distância para tentar combinar sequências.

A partir do segundo o duelo mudou. Keno achou a distância e começou a colocar volume de golpes, não deixando que Rogelio Torres conseguisse atacar. Com isso, o brasileiro foi em vantagem para o último assalto. Nele, o pugilista do México partiu para o ataque e acabou dando mais espaços para que o brasileiro acertasse seu golpes e saísse com a vitória por 5 a 0. Na decisão da categoria, Keno Machado terá pela frente o cubano Julio César Peraza.

Na semifinal dos 54 – 57kg feminino, Jucielen Romeu teve pela frente a americana Yariel Ramirez. No duelo, a brasileira começou com tudo, partindo para cima e impondo seu ritmo perante a adversária. Com isso, a pugilista dos Estados Unidos teve que responder na mesma maneira, a partir do segundo round, o que abriu ainda mais espaços para a brasileira acertar os golpes na segurança e controlar a luta, saindo com a vitória por 5 a 0 e a vaga na decisão da categoria.

“A final vai ser boa. São duas atletas bem técnicas, que sabem lutar e sabem impor seu estilo. Lutei contra ela (Leonela Sanchez, da Argentina) e acabei perdendo, então para mim vai ser uma revanche”, comentou Jucielen.

No primeiro confronto com presença brasileira da noite, Hebert Conceição mediu forças contra o americano Troy Isley. No confronto, o começo foi parado. Com os dois atletas mais se estudando e buscando a melhor alternativa para o combate, os golpes acabaram não entrando e com isso o duelo seguiu parelho.

A partir do segundo as coisas mudaram. Hebert começou a se movimentar mais e achar alternativas para o estilo de luta de seu adversário. Na reta final, Troy cresceu um pouco e levou o confronto mais igual para o último e decisivo assalto. Contudo, nele o brasileiro foi absoluto. Mais intenso, Hebert Conceição foi o dono da luta durante os três minutos e saiu com a vitória.

“Foi uma boa luta, entrei bem, confiante e fiz o meu jogo. Sabia que não podia deixar dúvidas para os juízes, então no último round fui pra cima, estava bem fisicamente, e fiz o que precisava. Agora eu vou atrás desse ouro, sei que ele (o cubano Arlen Cordona) é medalhista olímpico, campeão mundial, mas eu quero esse ouro, pode escrever que eu vou atrás dele”, disse Hebert Conceição.

No feminino, Beatriz Ferreira teve pela frente a americana Rashida Ellis. O confronto, que chegou a ser considerado a final antecipada do torneio e que colocava a brasileira frente a frente contra a única atleta para quem já havia perdido e está disputando os Jogos Pan-Americanos, foi equilibrado.

Com as duas atletas atacando pouco no começo do duelo, a luta parecia um pouco parada, mas Bia manteve sua efetividade alta, acertando as poucas tentativas de socos. Com isso, a brasileira foi para o segundo com uma vantagem e soube administrar. Se mantendo no centro do ringue, Beatriz Ferreira ditou o ritmo e, mantendo a mesma estratégia, controlou o ímpeto de Rashida Ellis acertando alguns golpes.

Nos últimos três minutos de duelo, a pugilista norte americana buscou uma reação e conseguiu ser superior na maior parte do tempo, contudo, pelo que já havia acontecido até aquele momento, Bia acabou saindo com a vitória, por 3 a 2, e a vaga na decisão da categoria.

“É sempre assim, todas as vezes que lutei contra ela é mais amarrado, mais estudado. A minha estratégia deu certo, de ir menos (ao ataque), mas acertar a maioria. Agora a derrota do Pré-Pan (no último encontro entre as atletas, quando a brasileira foi derrotada), desceu. Pode vir quem for que eu vou pro ouro”, disse Beatriz Ferreira.

Derrota e medalha de bronze

Na disputa até 91kg, Abner Teixeira teve uma pedreira na semifinal. O adversário do brasileiro foi o cubano Erislandy Savón Cotilla, que foi medalhista de bronze nas Olimpíadas de 2016 e é sobrinho de Félix Savón, tricampeão olímpico e dos Jogos Pan-Americanos na década de 1990.

No duelo desta terça-feira (30), os dois atletas começaram se estudando e medindo um pouco as distâncias, com vantagem para Abner na reta final por conta de sua maior movimentação e por conseguir usar melhor sua envergadura.

No segundo round, Erislandy Savón Cotilla voltou um pouco superior, conseguindo encaixar sequências de golpes, deixando Abner em dificuldades nos primeiros momentos. Contudo, na reta final, o brasileiro voltou a equilibrar o confronto, levando a decisão para o terceiro assalto.

Nele, os dois atletas acabaram alternando momentos bons e ruins, com cada um deles conseguindo incomodar mais o adversário. No fim, a vitória acabou ficando com Erislandy Savón Cotilla, por decisão dividida, com 3 a 2 no placar.

“Estou muito feliz, consegui colocar na luta o que eu pensei com o meu corner, que era usar a minha altura e minha envergadura para deixar ele em dificuldade, agradeço toda torcida e todos que me ajudaram e incentivaram”, comentou Abner após a derrota.

Na última luta da noite, Flavia Figueiredo teve pela frente Naomi Graham, dos Estados Unidos. No confronto, as duas atletas tiveram dificuldades para desenvolver seu estilo, tendo um duelo bem mais cadenciado no dos primeiros rounds. Com isso, o fato da atleta americana ser mais alta e ter uma maior envergadura acabou sendo um diferencial e a deixou em vantagem.

No último round, Flavia Figueiredo foi para cima e acabou sendo superior durante todos os três minutos, mas eles não foram suficientes para que a vitória viesse. No final, Naomi Graham saiu com o triunfo e a vaga na decisão por 3 a 2, deixando a brasileira com a medalha de bronze.

“Foi uma boa luta, mas no boxe é assim. Sobem dois e somente um tem o braço levantado no final, dessa vez foi a atleta americana. Parabéns para ela, esse bronze significa muito para mim, estou muito feliz”, comentou a brasileira.

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