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Israel lembra Olimpíadas e Mundiais: “Perdemos grande chance”

Israel com integrantes da seleção brasileira | Foto: Reprodução / História Basq Masc

Além da campanha do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, Israel Andrade participou de todos os campeonatos que a seleção brasileira disputou na década de 80 a partir do Campeonato Mundial de 1982, na Colômbia. O torneio ainda contava com remanescentes do bronze do Mundial de 78, última medalha do Brasil no torneio mais importante da Fiba. Confira o especial completo!

Entretanto, a seleção terminou com um decepcionante oitavo lugar após perder para Austrália e União Soviética na primeira fase, ambos jogos “ganháveis”. “Nós estávamos ganhando esse jogo em cima da Austrália de 20 pontos, aí de repente acaba a luz. Acaba a luz, faltou luz, e quando voltou, nós que estávamos um leão parecíamos uns gatinhos. A Austrália ganhou por mérito, virou e ganhou. Depois nós fizemos um jogo contra a Rússia memorável. Se eu não me engano, foi um ou dois pontos”, lembra o pivô, que participou da primeira olímpiada da carreira em 1984.

A seleção vinha embalada após os títulos do pré-olímpico, do Mundialito e do campeonato Sul-Americano, além do vice do pan-americano, em que perderam a final para os Estados Unidos, liderados por um jovem Michael Jordan. “1983 foi maravilhoso para a gente. Porém, 1984 uma decepção total”, sintetiza Israel. O Brasil perdeu para Austrália, Itália e Iugoslávia e ficou apenas em nono lugar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

“Nós ganhamos em 1983 e tudo, nós sentamos em cima daquelas conquistas. Achávamos que ‘ah, agora estamos bonitos’. Porque isso, esse pensamento? Porque também teve boicote da União Soviética na Olimpíada de Los Angeles. Então nós achávamos que estávamos por cima da carne seca. Uma vez, mais uma vez, o esporte não perdoa, é cruel e ficamos em nono. Assim, com um time que, se você visse, falava ‘não é possível que esse time ficou em nono'”, disse Israel.

Já no Mundial de 1986 o Brasil bateu no aro. A seleção ficou em quarto lugar após perder para os Estados Unidos na semifinal e para a fortíssima seleção da Iugoslávia na disputa pelo bronze. “Nós perdemos uma grande chance. Nós jogamos contra o time dos Estados Unidos, que era um time bom, só que eles tinham perdido na fase de classificação dois jogos. Eles perderam para a Argentina e para Porto Rico. O pessoal da Argentina e de Porto Rico falava ‘vocês têm que defender zona, que eles matam na bola’, e nós nos preparamos para isso. Acho que foi um erro nosso. Nós tínhamos que ter aquela informação na manga para usar durante o jogo, e nós já saímos marcando zona e foi um desastre. Todas as bolas que eles não meteram antes, contra o Brasil eles arrebentaram. Quando não é para ser, é complicado. Depois tomamos um vareio da Iugoslávia”, afirmou o pivô.

A forte seleção do Brasil acabou sendo campeã no Pan de 1987 e chegou nos Jogos Olímpicos de Seul como uma das favoritas ao título. Nas quartas de final a seleção fez uma “final antecipada” contra a União Soviética e Israel foi um dos melhores em quadra com 22 pontos, mas os brasileiros acabaram sendo derrotados. “Fizemos uma partida fantástica”, lembra o pivô.

Jornalista baiana, soteropolitana, faconiana. Mestrado em jornalismo esportivo pela St. Mary's University, do Reino Unido. Bolsista Chevening 2015/2016.

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