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Alimentação dos atletas em quarentena é destaque do COB

Nutricionista do COB diz que alimentação bem feita durante o isolamento social é fundamental aos atletas; quantidade e cardápio são diferentes para quem está aqui e quem vive no exterior

Alimentação dos atletas em quarentena é destaque do COB
Rafael Bello/COB

O adiamento e cancelamento de eventos esportivos, somado à suspensão temporária das atividades em clubes e centros de treinamentos pelo mundo, incluindo o CT Time Brasil (CTTB), alterou drasticamente a rotina dos atletas brasileiros. Sem previsão de retorno ao cotidiano normal e com a carga de treinos reduzida, eles passaram a ter na alimentação uma das principais preocupações para o período de quarentena.

Ciente das dúvidas e necessidades dos atletas neste momento, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), além de ter produzido um manual com orientações para evitar o contágio e a proliferação do coronavírus e com modelos de treinamentos adaptados, decidiu intensificar o acompanhamento nutricional com os atletas do Time Brasil.

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“Temos contato periódico com os atletas, além do que já fazíamos. Nossa ideia é estreitar ainda mais essa comunicação, fazendo os ajustes necessários para evitar quaisquer contratempos. Estamos reforçando os cuidados para evitar prejuízos tanto na saúde como na performance dos atletas”, afirma Ruan Santos, nutricionista do COB, que atende a seleção brasileira de ginástica artística, Tatiana Weston-Webb (surfe), Douglas Brose (caratê), entre outros.

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Brasil x exterior: alimentação diferente

No momento, Ruan tem trabalhado com dois cenários distintos: o dos atletas que residem no Brasil e o dos que estão em quarentena no exterior. Essa diferença se deve ao período em que o vírus chegou a cada lugar.

“Os que residem no exterior estão sofrendo um pouco mais os efeitos dessa pandemia. Em alguns lugares, há escassez de frutas, hortaliças e produtos mais frescos, fora arroz e macarrão, prejudicando a alimentação. Isso nos faz desenvolver novas estratégias para lidar com cada situação,” avaliou Ruan.

A prioridade são os alimentos integrais, evitando os produtos industrializados. Quando faltam alimentos in natura, eles são substituídos por outros minimamente processados, isto é, que sofreram algum tipo de processamento industrial, mas que compensam com boa qualidade nutricional.

Um dos atletas que mais tem sofrido com a falta de produtos é Ygor Coelho, do badminton. Morando em Hojbjerg, na Dinamarca, o atleta tem treinado menos e se deparado com prateleiras vazias nos supermercados da cidade.

“Ele treinava de dois a três períodos por dia e agora treina uma vez só. Então, tive primeiro que fazer uma readequação de sua periodização nutricional, porque os campeonatos que ele participaria foram cancelados. Depois, alteradas as metas nutricionais, passei a ver principalmente a questão de macronutrientes e disponibilidade energética. Como a carga de treinos foi reduzida na quarentena, não há razão para ele ingerir alimentos como se estivesse treinando três vezes ao dia. Isso pode alterar seu condicionamento físico e até interferir na imunidade dele”, explica Ruan.

Informações corretas

Um dos focos de atenção do COB neste período tem sido oferecer informações fidedignas aos atletas e comissões técnicas. Na nutrição, por exemplo, há casos de publicações na internet de conteúdos com soluções mirabolantes para o combate ao coronavírus como gargarejos de água quente com limão ou alho ou até mesmo “shots imunidade”.

“Precisamos eliminar essas informações que são disseminadas na internet. É importante também, inclusive para os atletas que não fazem acompanhamento nutricional nem alimentação conosco, que tenham atenção especial ao consumo de suplementos, especialmente aos que oferecem imunidade garantida”, finaliza Ruan.

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