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Badminton

“Geração Piauí” domina Brazil International Series

Jaqueline Lima, Sâmia Lima e os irmãos Fabrício e Francielton Farias conquistaram quatro dos cincos ouros possíveis na competição que terminou neste domingo (13), em Campinas

Rafael Bello/COB

Faz alguns anos que o Piauí domina os Jogos Escolares da Juventude no badminton. E agora, essa geração que brilhou nas categorias de base, chegou à seleção brasileira e está firme na busca por uma vaga nos próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio. Jaqueline Lima, Sâmia Lima e os irmãos Fabrício e Francielton Farias conquistaram quatro dos cinco ouros possíveis no Brazil International Series, competição que terminou neste domingo no Clube Fonte São Paulo, em Campinas, e reuniu atletas de Brasil, Chile, Guatemala, Islândia, Itália e México.

A final das duplas mistas, a primeira do último dia de competição, mostrou a força da chamada “geração Piauí”. Todos os quatro atletas em quadro eram de Teresina, capital do Estado. Fabrício Farias e Jaqueline Lima se deram melhor sobre Francielton Farias e Sâmia Lima por 2 a 0, com um duplo 21-18. Motivo de satisfação para o treinador da seleção brasileira, o português Marco Vasconcelos, que acompanha os atletas desde pequenos.

“Quando cheguei ao Brasil há seis anos, eles eram crianças que sonhavam chegar à seleção. Hoje é uma geração que pode fazer mais dois ciclos olímpicos, até Los Angeles 2028. É uma geração boa. O trabalho é muito bem feito no Piauí. E quando falo do Piauí, também falo de uma geração que existe no Rio de Janeiro, do projeto social Miratus, de onde saiu o Ygor Coelho. São dois projetos que formaram grandes atletas que têm muito a dar ao badminton brasileiro. Estes atletas vêm de projetos sociais, passaram por grandes dificuldades. Ou seja, o esporte pode dar algo em troca. Eles buscam os seus sonhos e, mais do que isso, enxergam um futuro. Então, todos esses projetos são bem-vindos e espero que nunca acabem”, disse o treinador.

No individual feminino, Fabiana Silva, cabeça-de-chave número 1, acabou caindo na semifinal para a mexicana Haramara Gaitán e ficou com o bronze. Com isso, o caminho ficou aberto para Jaqueline Lima que derrotou Tamires Santos, Jeisiane Alves e a guatemalteca Nikte Alejandra Sotomayor para chegar à decisão. Contra a mexicana, Jaqueline atropelou no primeiro set por 21 a 8, mas no segundo, teve muita dificuldade. Depois de estar vencendo por 19 a 14, acabou permitindo o empate da adversária em 22 pontos. Desconcentrada, levou virada para 23 a 22, mas voltou ao jogo e acabou fechando o set em 26 a 24.

“Foi um pouco tenso. Cansei um pouco no final, porque venho jogando a semana toda e foi quase uma hora de partida. Isso pesou um pouco, mas eu respirei, o técnico me ajudou, consegui ficar mais tranquila e acabei conseguindo o objetivo”, disse Jaqueline.

“Meu foco era nas duplas, que o treinador vem treinando comigo, o Fabrício e a Sâmia. Mas a chave estava boa, consegui ir pra final e aproveitei a chance. A maior dificuldade foi o tempo de recuperação que foi muito pequeno entre um jogo e outro. Mas os pontos que podia conquistar para o ranking olímpico me motivaram e fico muito feliz por ter ganhado”, completou a jovem que foi bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018 nas equipes mistas.

No último jogo da competição, Jaqueline faturou o terceiro ouro dela na competição, desta vez ao lado de Sâmia Lima, nas duplas femininas. Elas venceram as compatriotas Mariana Freitas e Bianca Lima por 2 a 0, parciais de 21-1 e 21-10, na decisão. Já nas duplas masculinas, mais um ouro para a “geração Piauí”. Os irmãos Fabrício e Francielton Farias derrotaram Waleson Evangelista dos Santos e Matheus Voigt por 21-12, 21-11, e ficaram com o título. Fabrício que saiu com dois ouros comemorou

“Esse campeonato foi muito importante para gente somar pontos para o ranking mundial. Fui muito ajudado pelo meu irmão e pela Jaque Lima. Nos unimos muito. Acho que o principal para as conquistas foram as metas que coloquei para mim, estava muito focado”, comentou.

Todos os campeões do Brazil International Series 2019 estiveram nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, em que a modalidade fez a melhor campanha da história, com cinco medalhas, sendo um ouro e quatro bronzes. Uma mostra da evolução da modalidade no cenário internacional, com parte do crescimento puxado pela “geração Piauí”.

“Depois dos Jogos Pan-americanos, os atletas ficaram muito motivados. Fizeram bons pontos em Lima e de lá para cá, já fizemos três competições. Inclusive agora, na semana passada, conseguimos três medalhas de ouro na Guatemala e uma de prata. Então, acho que a equipe está bem e o Pan-americano serviu de alavanca para perseguirmos o nosso sonho que é a classificação olímpica. E não só nas simples, mas também nas duplas. Sabemos que é difícil, mas hoje o nível que estamos apresentando já está bem próximo do mais alto nível mundial”, analisou Marco Vasconcelos.

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