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Tóquio 2020

Após doping, Andressa pode dar volta por cima em Tóquio

Andressa foi suspensa por doping em 2019 e, com o adiamento, torce para estar liberada e assim surpreender em Tóquio

Andressa de Morais - lançamento de disco - Tóquio 2020
Andressa de Morais foi pega no doping em 2019 (Wagner Carmo/CBAt)

Aos 29 anos, Andressa Oliveira de Morais tem tudo para ser a representante do Brasil no lançamento de disco em Tóquio-2020. Daqui exatamente um ano, a atleta poderá fazer sua estreia nos Jogos depois de um 2019 de altos e baixos. E na capital japonesa, ela vai tentar dar a volta por cima após ser flagrada no exame antidoping e, quem sabe, surpreender, beliscando uma medalha.

Hoje, Andressa de Morais é a oitava colocada no ranking mundial do lançamento de peso da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo). Sua melhor marca na carreira é 65,98 m, conquistada nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Para efeito de comparação, a número do um do mundo é a cubana Yaimé Pérez, que tem 69,39 m como melhor resultado. 

Índice, medalha e doping

O índice no lançamento de disco para Tóquio veio em junho do ano passado. Durante o meeting de Leiria, em Portugal, Andressa de Morais fez a marca de 65,34 m, venceu a prova e ainda quebrou o recorde sul-americano. O antigo recorde, inclusive, era dela mesma, 65,10 m, quebrado em 2018.

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Um mês mais tarde, era hora de brilhar nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Andressa melhorou sua marca e alcançou os 65,98 m, que lhe rendeu a medalha de prata e um novo recorde sul-americano. O ouro ficou justamente com Yaimé Pérez, que fez 66,58 m.

Andressa de Morais - lançamento de disco Tóquio
Andressa e a prata no Pan (Wander Roberto/COB)

O sonho, no entanto, logo virou pesadelo. Em setembro, a atleta de João Pessoa foi suspensa preventivamente pela Unidade de Integridade do Atletismo (UIA) após ser pega no doping. Ela testou positivo para a substância anabolizante proibida SARM S-22 durante os Jogos Pan-Americanos. 

Assim, Andressa perdeu a medalha de prata conquista em Lima e a marca de 65,98 m não foi computada. Além disso, ela acabou não podendo participar do Mundial de Doha, no Catar, onde poderia ter sido medalhista, por estar suspensa. 

A volta por cima

O adiamento de Tóquio por causa da pandemia de coronavírus pode, no entanto, acabar beneficiando Andressa. A pena definitiva ainda não foi anunciada e existe a possibilidade dela pegar uma punição menor rigorosa e liberada para competir. No entanto, é difícil prever como ela chegaria aos Jogos. Sua última competição oficial foi o Troféu Brasil em setembro do ano passado, antes de ser suspensa, quando conquistou o título no lançamento de disco.

Andressa de Morais - lançamento de disco Tóquio
Andressa vai para sua terceira Olimpíada (Instagram/andressadisco)

Tóquio, entretanto, poderá será o palco perfeito para ela dar a volta por cima e fazer história. Até hoje, o Brasil nunca conseguiu uma medalha no lançamento de disco. E quem sabe, Andressa pode surpreender. Ela esteve nas duas últimas Olimpíadas, ficando em 14º em Londres-2012 e 19ª na Rio-2016. E além da experiência olímpica, ela vem conseguindo resultados constantes.

No ano passado, ela competiu em 13 torneios, ficando entre as 10 melhores em todas elas e conquistando pódio em nove. Isso, somado a mais um ano de preparação pelo adiamento de Tóquio-2020, pode fazer com Andressa vá mais forte ainda para os Jogos.

O caminho, no entanto, deve ser difícil, com marcas ainda distantes das primeiras colocadas do ranking e favoritas à medalha de ouro. Mas Olimpíada é Olimpíada e Andressa, se estiver liberada do doping, vai tentar fazer o melhor resultado brasileiro no lançamento de risco e quem sabe trazer uma medalha para casa.

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