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Atletismo

Após resultados ruins, Thiago Braz faz desabafo na internet

Após reunião, Brasil tem 4 pré-qualificados ao Mundial Indoor de Atletismo.

O campeão olímpico Thiago Braz não vive um bom momento. Depois de alcançar a medalha de ouro na Rio 2016 no salto com vara com a marca de 6m03, o brasileiro não tem conseguido corresponder às expectativas criadas sobre ele neste ano. Atualmente, ele ocupa apenas a 37ª. colocação do ranking mundial com apenas 5,60m, obtidos na etapa de Xanghai da Diamond League em maio, bem longe dos 6,00m do americano Sam Kendricks, líder da temporada. Às vésperas do Mundial de Londres, que será disputado entre 4 e 13 de agosto, o atleta fez um desabafo em suas redes sociais por conta das críticas que vem recebendo e das cobranças por resultados melhores.

“Me sinto amado no momento em que estou passando. Pessoas que eu não imaginava me acolher, estão me acolhendo com carinho e amor. Obrigado família e amigos, que estão do meu lado me ajudando. Digo algo, estar entre os atletas de ponta, não significa que não passamos por problemas, assim como qualquer ser humano que tem seu próprio emprego passa. Desculpe pela expectativa que não foi alcançada, independente de tudo, não sou uma máquina, mesmo se eu fosse uma maquina, se eu andasse a 100% todos os dias, um dia eu fundiria o motor. Agradeço todos que estão do meu lado, juntos ainda conquistaremos as medalhas desejadas, pois a crítica construtiva, nós agarramos e a crítica maldosa, nós deletamos.
Acima de tudo, estou gastando minha vida e saúde etc pelo Brasil e família etc … é hora de se conscientizar que os atletas amam o que fazem.  Só precisamos dar a todos uma nova chance de vencer e incentivar”, escreveu o campeão olímpico.

No último fim de semana, Thiago Braz disputou a etapa de Rabat, no Marrocos, da Diamond League. Para começar os seus saltos, colocou o sarrafo e 5,40m, mas não conseguiu ultrapassá-lo em nenhuma das três tentativas. Com isso, acabou na última colocação da prova. A competição marcou a volta do atleta às competições depois de sentir uma lesão durante a disputa do Troféu Brasil, pouco mais de um mês antes. Na oportunidade, sentiu dores na panturrilha direita e desistiu da competição, dividindo o título com Augusto Dutra Silva.

Uma semana antes da lesão, Thiago Braz disputou o GP Brasil de Atletismo, em São Bernardo do Campo. Ele só conseguiu saltar 5,40 e ficou apenas com a medalha de prata. Na oportunidade, ele chegou a confessar a dificuldade em voltar a ter boas marcas.

“Estamos voltando atreinar do zero, tentando entender o que está acontecendo depois da Olimpíada. Não é fácil depois de uma medalha voltar a competir no mesmo nível. Preciso trabalhar a capacidade mental, estar forte e bem preparado para conseguir bons resuultados”, analisou o campeão olímpico, que pretendia saltar pelo menos 40cm a mais do que conseguiu no GP Brasil. “Minha média tinha que ser 5,80m. Fico um pouco triste com o resultado, mas espero que todo mundo entenda. Cada atleta passa por seus momentos. Estou um pouco perdido. O resultado saiu na Olimpíada, então a gente dá uma relaxada. Só que agora temos que reerguer de novo”, afirmou. “O momento agora é de buscar meu salto de novo porque ele está um pouco perdido. A partir do momento em que voltar a saltar melhor, vamos pensar em resultados melhores”, explicou o atleta, que, no entanto, até agora não conseguiu render nem perto do resultado que lhe deu a medalha de ouro em 2016.

O melhor resultado de Thiago Braz em 2017 foi o quarto lugar na Diamond League de Xangai. Com o salto de 5,60m, ele ficou atrás de Shawn Barber, do Canadá, em terceiro, Renaud Lavillenie, da França, em segundo e Sam Kendricks, dos Estados Unidos. Uma explicação para o desempenho do brasileiro pode estar em matéria publicada pelo GloboEsporte.com em maio em que o superintendente de alto rendimento da Confederação Brasileira de Atletismo, Antonio Carlos Gomes, contou que o técnico ucraniano Vitaly Petrov traçou um planejamento para o saltador focando obter o recorde mundial da prova e bons resultados nos dois últimos anos do ciclo olímpico dos Jogos de Tóquio 2020.

“Depois do que o Thiago fez na Olimpíada, sentamos com o Vitaly. Ele falou: “Nós precisamos colocar mais carga para bater o recorde. Para isso, tenho que mudar todos os parâmetros de força e velocidade desse cara.” Quem foca na Olimpíada, em quatro anos, nos dois primeiros ele treina, nos dois últimos ele compete. Vitaly disse: “Vou mudar o treino dele nesses dois anos. Vou colocar um trabalho de força violento. Para saltar 6,20m, ele precisa de uma vara muito pesada. Precisa de uma força que ele não tem hoje. Então para esses próximos dois anos você esquece o Thiago. Você quer que ele bata o recorde do mundo?” Eu disse que queria”, contou Antonio Carlos ao portal.

Apesar do planejamento revelado pelo cartola da CBAt, Thiago Braz mostra em suas atitudes e entrevistas que não está satisfeito com o rendimento que está tendo, tanto que desabafou em suas redes sociais. O tempo é curto até o Mundial. Faltam apenas 18 dias para a abertura em Londres e a grande dúvida é se o brasilerio conseguirá chegar à disputa em condições de ser, no mínimo, competitivo.

 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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