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Atletismo

Brasil faz 2ª melhor campanha da história no Mundial de Doha

Delegação soma 25 pontos no Catar e só fica atrás da classificação obtida no Mundial de Sevilha-1999; Darlan Romani e revezamento 4x100m foram os destaques

Wagner Carmo/CBAt

Os integrantes da Seleção Brasileira que participaram do Campeonato Mundial de Atletismo de Doha, encerrado neste domingo (6), no Estádio Internacional Khalifa, consideraram muito boa a campanha da equipe na competição – a segunda melhor da história por pontos. O Brasil fez oito finais nos dez dias de disputas. “Faltou apenas uma medalha para ser brilhante”, disse o presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo, Warlindo Carneiro da Silva Filho.

“De fato tivemos resultados excepcionais e batemos na trave. Mostramos evolução e que estamos no caminho certo para os Jogos de Tóquio-2020”, disse o presidente. “O Darlan Romani, o revezamento masculino e a Erica de Sena fizeram excelentes provas, o Thiago Braz voltou a saltar bem, apresentamos ao mundo o Alison dos Santos e o 4×100 m feminino foi infeliz, cometeu um meio erro e acabou desqualificado”, acrescentou.

Eleito Coordenador Técnico e de Competições da Associação Pan-Americana de Atletismo (APA), Warlindo lembrou que João Paulo Alves da Cunha e Anderson Rosa, da diretoria técnica da CBAt, se reuniram em Doha com Carlos Alberto Cavalheiro, que cuida do atletismo no Comitê Olímpico do Brasil (COB) já traçando as ações de 2020 para os Jogos de Tóquio. “Vamos entrar na fase decisiva do ciclo olímpico, que teve dois Mundiais, competições em que o importante é fazer resultado. Na Olimpíada, o que vale é a medalha”, observou.

O presidente aproveitou para mandar um recado para a delegação. “Parabenizo e agradeço a todos os treinadores e atletas e ao departamento médico, porque ninguém saiu lesionado da competição e isso é muito bom. E é sempre bom lembrar que tudo só foi possível graças ao apoio que temos da Caixa e do COB.”

Segunda melhor campanha por pontos – O treinador-chefe do Brasil, João Paulo Alves da Cunha, concorda com Warlindo e dá como exemplo o fato de a equipe ter somado 25 pontos na competição. Com isso, a campanha de Doha só perde para a do Mundial de Sevilha-1999, quando a equipe acumulou 26 pontos. Até o início da última etapa, neste domingo, o Brasil ocupava o 14º lugar entre os 62 países que pontuaram.

“Não veio a medalha, mas nossa participação foi excelente. Mostramos que temos atletas com chances reais de brigar por medalha em Tóquio e de ir para a final. Mostramos foco na evolução dos atletas”, comentou João Paulo.

O treinador diz que o planejamento para os Jogos de Tóquio está bem encaminhado. “A preparação se inicia em janeiro e fevereiro, com treinamento e competições indoor. Em março e maio, os campings de treinamento e competição, principalmente nos Estados Unidos, algumas provas específicas em outros locais, como maratona e marcha atlética, em altitude. E finalmente em junho e julho, praticamente com a equipe olímpica definida serão realizados campings de treinamento e competição na Europa, de onde já embarcamos para Saitama, no Japão”, explicou João Paulo.

O Brasil fez seis finalistas entre os oito melhores em Doha

4º – Erica de Sena – 20 km de marcha atlética
4º – Darlan Romani – arremesso do peso
4º – Revezamento 4×100 m masculino (com recorde sul-americano)
5º – Thiago Braz – salto com vara
6º – Fernanda Borges – lançamento do disco
7º – Alisson Santos – 400 m com barreiras (com recorde sul-americano sub-20)
8º – Revezamento 4×400 m misto

Dois finalistas (provas de campo) entre os 12 melhores
10º – Augusto Dutra – salto com vara
12º – Almir Cunha – salto triplo

Quase medalha – A prova do arremesso do peso masculina foi a mais forte da história dos Mundiais. Um exemplo disso é com os 22,53 m obtido por Darlan Romani no sábado (5/10) ele seria campeão em todas as 15 edições anteriores da competição. Em Doha, porém, acabou em quarto lugar, atrás dos norte-americanos Joe Kovacs, com 22,91 m (recorde do torneio) e de Ryan Crouser, com 22,90 m (recorde pessoal) e do neozelandês Tomas Walsh, também com 22,90 m (recorde da Oceania).

No revezamento masculino 4×100 m, os brasileiros Rodrigo Nascimento, Vitor Hugo dos Santos, Derick de Souza e Paulo André Camilo de Oliveira fizeram a lição de casa. Quebraram no sábado o recorde sul-americano que durava 19 anos – desde a Olimpíada de Sydney-2000 –, com 37.72. Qualificado para a Olimpíada de Tóquio, acabou em quarto lugar, sendo superado por três equipes fantásticas.

Os Estados Unidos conseguiram a melhor marca da temporada, com 37.10, seguidos da Grã-Bretanha, com 37.36 (recorde europeu), e do Japão, com 37.43 (recorde asiático).

Maratona – Disputada a um minuto para a meia noite de Doha, no sábado (5/10), Paulo Roberto de Almeida Paula foi o brasileiro mais bem colocado na maratona do Mundial de Atletismo. Na prova, realizada em circuito de 7 quilômetros montado na zona turística de Corniche, Paulo Roberto foi top 20 – terminou em 19º lugar, com o tempo de 2:15:09 para os 42,195 km da prova. Wellington Bezerra da Silva, o Cipó, ficou em 49º (2:21:49) e Vagner da Silva Noronha em 51º (2:26:11). Um total de 79 corredores largaram, mas apenas 55 concluíram, dentre eles os brasileiros.

Dois etíopes ficaram com as primeiras posições. Lelisa Desisa ganhou a medalha de ouro, com 2:10:40, sua melhor marca da temporada para a maratona. Desisa correu o tempo todo com o pelotão e definiu a prova com um sprint. O também etíope Mosinet Geremew (2:10:44) ficou com a medalha de prata e o queniano Amos Kipruto (2:10:51) com a de bronze.

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