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Após duas cirurgias na cabeça, Verônica vai a Lima ambiciosa

De volta às pistas há apenas três meses, Verônica Hypolito comemora convocação para o Parapan e sonha repetir o feito de 2015, quando foi a maior medalhista

Verônica Hipólito saiu dos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015 com três medalhas de ouro, 100m, 200m e 400m rasos da classe T38 e uma prata no salto em distância T20/37/38. Do Canadá, ela voltou para o Brasil direto para a mesa de cirurgia para a retirada de uma série de tumores no intestino. Ela se recuperou e retornos às pistas a tempo de disputar a Paralimpíada de 2016 e ganhar a prata nos 100m e o bronze nos 400m T38. Mas após os Jogos do Rio, mais problemas de saúde afetaram a atleta. Foram duas cirurgias na cabeça para retirada de tumores no cérebro e um longo tempo de afastamento. Ela voltou a competir em abril, depois de um ano e meio sem competir, e, três meses depois, na última quarta-feira recebeu a notícia que tanto esperava: foi convocada para o Parapan Lima 2019.

“Eu voltei no meu primeiro dia depois da cirurgia. Eu voltei há muito tempo. Eu não sabia disso, mas hoje eu enxergo que eu voltei há muito tempo. Desde que eu fiz a cirurgia, eu sabia que existiam duas possibilidades: ou eu vou para o Parapan ou eu não vou. As chances de eu não ir eram muito grandes, só que as chances de eu ir cada dia aumentavam mais quanto mais eu treinava, quanto mais eu me focava. Me foquei e treinei o mental, o físico, a parte da alimentação e o descanso. Eu sei o quanto que eu passei, eu sei o quanto eu treinei e eu vou continuar treinando porque ainda tem Mundial em vista, o Parapan vai acontecer e eu fui a maior medalhista de 2015 e eu quero sair como a maior medalhista de 2019”, afirma a atleta, otimista com os resultados que pode alcançar na capital peruana.

Estar nos Jogos Parapan-Americanos é uma grande vitória para Verônica Hipólito, que teve uma recuperação muito complicada das cirurgias feitas, especialmente após a segunda, quando ela teve uma grave pneumonia. Outro agravante é que por causa da medicação que teve que tomar, ela ganhou muito peso e teve que treinar muito para conseguir, aos poucos, entrar em forma. Mesmo assim, ela não desistiu, tentou algumas vezes conseguir o índice para Lima este ano, chegou perto, mas não conseguiu. Pelas redes sociais, desabafou e lamentou o fato de que não estaria no Parapan, mas foi convocada por causa do ranking e deve disputar as provas de 100m, 200m e 400m na capital peruana. Mais do que competir e vencer, ela quer se divertir.

“A primeira memória que vem para mim do Pan (de Toronto) é que eu me divertia muito com meus amigos e que eu comia muito. E eu saí de lá como uma das maiores medalhistas de todos os tempos e, daquela edição, eu saí como a maior medalhista e, consequentemente, de todas as edições a mais nova melhor medalhista de todas as edições. E muito orgulho também de falar que a mais nova melhor medalhista foi uma mulher. Fiquei entre as três melhores do mundo em todas as provas que eu disputei, nos 400m rasos eu bati o recorde das Américas. Eu sabia que ia ter que operar em seguida. Então, queria operar com medalhas no pescoço”, brinca e lembra a atleta.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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