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Seleção Brasileira

A volta das ‘camisas mágicas’ do basquete

Houve uma época em que o basquete brasileiro colecionou glórias. Por coincidência, foi sempre usando as inesquecíveis camisas listradas, que vão voltar

Seleção Brasileira masculina, antes da partida final do Mundial de 1959, A camisa listrada tem história de conquistas (Crédito: CBB)

Seleção Brasileira masculina, antes da partida final do Mundial de 1959, As “camisas mágicas têm história de conquistas (Crédito: CBB)

Ainda em processo de reconstrução, após anos sob o incompetente comando de Carlos Nunes, o basquete brasileiro deverá anunciar em breve uma mudança que parece irrelevante, mas com peso histórico enorme. A gestão do novo presidente Guy Peixoto, eleito em março, pretende que as seleções brasileiras voltem a usar a tradicional camiseta listrada em verde e amarelo. Um novo logotipo para a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) também será divulgado.

Para isso se confirmar, precisaria romper uma norma da Fiba (Federação Internacional de Basquete), que exigia que as seleções nacionais atuassem com uma cor única de uniforme.

O retorno do antigo uniforme, utilizado entre os anos 50 e início dos anos 80, vai muito além de um apelo saudosista. Para mim, estas são “camisas mágicas”, pois representam uma era de ouro em que o basquete brasileiro foi gigante.

Foi trajando a tradicional listrada que o Brasil obteve algumas de suas maiores glórias, como o bicampeonato mundial de 1959/63. Na mesma época, vieram também três medalhas olímpicas (os bronzes em Londres-1948, Roma-1960 e Tóquio-1964).

Pelo menos até o final dos anos 70, a Seleção Brasileira masculina esteve sempre entre os quatro primeiros das principais competições, ou pelo menos perto disso. Foi uma época em que Wlamir Marques, Amaury Pasos, Algodão, Rosa Branca, Edson Bispo, Waldemar Blatkauskas e outros craques desfilaram pelas quadras do Brasil e do mundo. Acredite: naquela época, era o basquete o segundo esporte na preferência do torcedor do país, atrás apenas do futebol.

Ninguém é ingênuo em achar que uma simples troca de uniforme trará mudanças significativa na realidade do basquete brasileiro. As finanças da CBB estão arruinadas e a entidade segue suspensa pela Fiba, impedida de disputar competições internacionais. A suspensão implica, por tabela, em não receber os recursos da Lei Agnelo/Piva, que são repassados pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O trabalho de reconstrução do basquete brasileiro ainda será longo e doloroso. Guy Peixoto até anunciou medidas como redução de despesas na entidade. Mas, caso confirmado, não deixa de ser um sinal positivo o retorno da linda camisa listrada para as seleções nacionais. Quem sabe o espírito das “camisas mágicas” não inspire as novas gerações?

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